Depois de uma temporada de Grand Slams para esquecer e muitas dúvidas sobre sua motivação, Daniil Medvedev finalmente deu sinais de ressurgimento. Com 29 anos, o russo viveu dois anos sem conquistar um título ATP e só somou uma vitória em torneios de Grand Slam em 2025. Mas a recente vitória no ATP 250 de Almaty, no Cazaquistão, trouxe um fôlego novo para a temporada de Medvedev e pode ser o pontapé inicial para uma campanha muito melhor em 2026.
A luta de Medvedev em Almaty
Como segundo cabeça de chave do torneio, Medvedev teve uma estreia dura contra o australiano Adam Walton, vencendo em dois sets apertados, com destaque para um tiebreak no segundo set onde Walton não pontuou. Na quartas, passou por Fabian Marozsan com parciais de 7-5, 6-2. A semifinal foi um desafio à parte: o qualifier James Duckworth conseguiu levar um set para o tiebreak, mas Medvedev reagiu e venceu por 6-7, 6-3, 6-2.
A final contra o francês Corentin Moutet foi um duelo equilibrado, com cada jogador vencendo um set inicialmente. Mas Medvedev brilhou no set decisivo e ergueu seu primeiro troféu ATP desde 2023, encerrando uma sequência frustrante de seis finais perdidas – cinco delas contra nomes do calibre de Novak Djokovic, Jannik Sinner e Carlos Alcaraz.
Vale destacar que Medvedev somou seu 21º título da carreira em 21 cidades diferentes ao redor do mundo, mostrando sua capacidade de adaptação.
Um 2025 com altos e baixos
O ano passado não foi fácil para Medvedev. Ele foi eliminado precocemente em Grand Slams importantes — caiu na segunda rodada do Australian Open para Learner Tien, foi surpreendido por Jaume Munar em Miami e eliminado logo na estreia de Roland Garros por Cameron Norrie. No piso de grama, perdeu a final do ATP de Halle para Alexander Bublik, apesar de boas atuações durante a semana. E teve um colapso mental no US Open, sendo eliminado em cinco sets por Benjamin Bonzi, mesmo adversário que o havia derrotado em Wimbledon.
Após essa fase difícil, Medvedev decidiu mudar sua equipe técnica, encerrando uma parceria de oito anos com o treinador Gilles Cervara.
Novo time, nova energia
A contratação do treinador Thomas Johansson e do preparador físico Rohan Goetzke parecia exatamente o que Medvedev precisava. A rápida conquista do título em Almaty comprovou a eficiência dessa nova equipe técnica, que tem ajudado o russo a reencontrar seu foco e a confiança para buscar seu retorno ao topo do tênis mundial.
A gira asiática e a esperança para 2026
A passagem de Medvedev pela Ásia começou instável, com derrota para o wildcard Yibing Wu em três sets no torneio de Hangzhou. Mas o tenista rapidamente mostrou a que veio ao vencer partidas importantes em Pequim, derrotando Cameron Norrie e o rival Alexander Zverev em sets diretos, embora tenha perdido a semifinal para Learner Tien devido a uma câimbra.
No Masters de Xangai, Medvedev não aparentou problemas físicos e venceu novamente Davidovich Fokina. Em uma revanche contra Tien, venceu uma batalha de três sets com muitos lances emocionantes. Passou pelo australiano Alex de Minaur nas quartas, mas não conseguiu superar Arthur Rinderknech na semifinal, apesar de ter jogado melhor boa parte do confronto.
Somando dois semifinais e um título desde o US Open, Medvedev chega ao ATP 500 de Viena — onde inicia contra o português Nuno Borges — com vontade de se firmar na elite mais uma vez.
As expectativas para 2026
Medvedev é um dos poucos jogadores com potencial real para desafiar nomes como Jannik Sinner e Carlos Alcaraz, ou pelo menos aproveitar oportunidades quando eles não estiverem presentes nos torneios. Com Djokovic desacelerando por conta da idade e das lesões, fãs de tênis buscam ansiosos novos protagonistas que deem mais emoção ao circuito masculino.
Fisicamente preparado, Medvedev ainda precisa controlar sua dualidade mental, mas a nova equipe técnica pode ser fundamental para que ele acumule pontos decisivos em Grand Slams e torneios importantes no próximo ano.
Se sua confiança permanecer sólida, 2026 pode ser o ano da redenção que Daniil Medvedev tanto busca desde seus melhores momentos na carreira.
Fonte: Last Word on Sports